O
QUE NÓS ENSINAM OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI?
RESUMO
RESUMO
Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos
pedagógicos, em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas.
Nos últimos anos, a valiosa contribuição da psicologia infantil abriu espaços
para mais profundo e claro entendimento em torno das possibilidades de
aprendizagem da criança, ensejando novas técnicas para a educação. A analogia
com a prática pedagógica se mostra quando diz que a educação deve preocupar-se
em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo
os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, indica o interesse, a abertura
para conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer,
mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de
acertar; aprender a conviver, aqui temos o desafio da convivência que apresenta
o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento
e, finalmente; aprender a ser, visto, talvez, como o mais importante, por
explicitar aí o papel do cidadão e o objetivo de viver. Palavra chave: Aprendizagem,
Desafios, Educação.
1-INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade que está experimentando
mudanças radicais. O pior é que a velocidade com que essas mudanças estão
acontecendo é algo brutal. Não podemos deixar de compreender que mudanças,
geram mudanças. Como a velocidade das mesmas, nesse mundo globalizado, é
intensa, a sociedade está em constante mudança em um ritmo cada vez mais
acelerado. Ao longo dos anos a Educação evoluiu e continua a evoluir, e este
processo pode ser compreendido na visão de pensadores e filósofos, que através
de suas teorias, visam uma melhoria constante do ensino. Sabemos que alguns dos
pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente
recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados
a partir de um processo contínuo de reflexão-ação.
Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos
baseados num sistema filosófico. É a Filosofia que, expressando uma concepção
de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo seus objetivos e determinando
os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe educação neutra. Ao
trabalhar na área da educação, é sempre necessário tomar partido, assumir
posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o
reflexo da escolha de uma filosofia de vida.
2-OS
QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas
qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente
econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talento e
as aptidões de cada um correspondente, ao mesmo tempo, á missão
fundamentalmente humanista da educação, á exigência de equidade que deve
orientar qualquer politica educativa e as verdadeiras necessidades de um
desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da
diversidade de tradições e de culturas. E mais especialmente, se é verdade que
a formação permanente é uma idéia essencial dos nossos dias, é preciso
inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais
ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de
desenvolvimento harmonioso e contínuo da pessoa. (DELORS. 2001. p 85)
Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente
quantitativa à necessidade insaciável a educação - uma bagagem escolar cada vez
mais pesada - já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que
cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos
de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura
de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de
atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se
adaptar a um mundo de mudanças.
Segundo Delors 2001; Aponta "como principal
conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao
longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente,
pilares do conhecimento e da formação continuada.".
É necessário tornar prazeroso o ato de compreender,
descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja passageiro,
que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia e a
atenção, permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho,
reinventar o pensar. Precisamos cada vez mais na educação de uma resposta
quantitativa a necessidade de aprendizagem.
Uma bagagem escolar cada vez maior, mas não basta
de fato, que cada um acumule no começo da vida uma quantidade de conhecimentos
de que possa abster-se indefinidamente. É, antes, necessário estar a altura de
aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, ocasião para aprofundar e
enriquecer seus conhecimentos e adaptar-se a um mundo de mudanças. Para poder
dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em
torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão
para o indivíduo, os pilares do conhecimento:
Aprender
a Fazer
Diante da rapidez que as evoluções estão ocorrendo
em nosso mundo moderno, logo o aluno se perguntará: Porque aprendi tudo isso?
Para mais nada me serve, porque já está desatualizado. A comissão demonstrou
essa preocupação ao citar:
Embora o Aprender Ser e Aprender a Fazer são
indissociáveis, queremos destacar que o Aprender a Fazer está mais relacionado
a questão da formação profissional. A questão que precisa ser respondida pelo
professor é: Como ensinar ao aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e,
também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever
qual será a sua evolução? (DELORS, 2001)
Devemos destacar que o Aprender a Fazer não pode,
pois, continuar a ter significado simples de preparar alguém para uma tarefa
material bem determinada, para fazê-lo participar do fabrico de alguma coisa.
Aprender
a Conhecer
O conhecimento não vem de fora, é um processo de
construção e reconstrução interior. Não está nos livros, nos computadores, mas
nas mentes das pessoas. A verdadeira aprendizagem é a construção ativa de
conhecimentos realizada pelo sujeito que aprende. Não há aprendizagem sem que o
aprendiz seja o sujeito ativo do processo, e a aprendizagem será tanto maior e
melhor quanto mais ativo ele for.
Aprender a conhecer, isto é adquirir os
instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio
envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os
outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial
que integra as três precedentes. (DELORS 2001, p. 89-101).
Aprender
a Viver Juntos, Aprender a Viver Com os Outros
Fazparte da educação, aprender a lidar com pessoas
diferentes, tratar de assuntos relevantes, não falar mal dos outros, não usar a
força para resolver conflitos, demonstrar gentileza e sinceridade no tratamento
com os colegas e professores. É justamente na escola que os alunos aprendem as
regras básicas de convivência em sociedade. O que cada professor precisa fazer
é abrir espaço a fim de que eles aprendam a conviver, se conheçam e se
respeitem. Para que todos possam viver juntos e aprender a viver com os outros,
a educação tem um papel importantíssimo, e um grande desafio, já que a opinião
pública toma conhecimento através dos meios de comunicação e nada pode fazer.
Aprender
a Ser
Se o aluno não estiver preparado para compreender
que a educação deve em princípio mudar a sua vida, o seu caráter, para depois
servir aos outros, então ela falhou. Ela será apenas um instrumento do egoísmo
para dominar aos outros.. Educação deve contribuir para o desenvolvimento total
da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético,
responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todos os seres humanos devem ser
preparados pela educação que recebem para agir nas diferentes circunstâncias da
vida. Só que para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos,
personalidade própria. Portanto a educação deve preparar as crianças e os
jovens para possíveis descobertas e de experimentação.
CONCLUSÃO
A educação não se apóia exclusivamente, numa fase
da vida ou num único lugar. Os tempos e as áreas da educação devem ser
repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada pessoa, ao
longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo
em constante ampliação.
Com base nos quatro pilares da educação,
compreendemos que profundas mudanças precisam ocorrer no sistema de ensino
secular. Pode levar algum tempo para aceitarmos que só se aprende participando,
vivenciando, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para
atingir determinados objetivos. Não se ensina só pelas respostas dadas, mas
principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela
ação desencadeada.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
DELORS, Jacques.Educação: Um Tesouro a Descobrir.
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século
XXI - 6 Edição. - São Paulo:UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p.
82-104.
Márcia Regina Cabral
Fonte:
www.webartigos.com
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